Ao encerrarmos mais um ciclo e voltarmos nossos olhos para o horizonte de 2026, somos convidados a contemplar o árduo e precioso labor missionário desenvolvido em campos diversos, complexos e, muitas vezes, desafiadores. Como organização missionária interdenominacional e multicultural, compreendemos que o “fazer o bem” (tò kalòn) transcende fronteiras geográficas, culturais e linguísticas. Ele se expressa no serviço sacrificial, no cuidado com pessoas e na proclamação fiel da verdade bíblica como extensão concreta do Reino de Deus.

Nesse contexto, a exortação do apóstolo Paulo em Gálatas 6:9 ecoa com especial força: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Esta palavra não carrega um peso legalista, mas um profundo encorajamento pastoral. O verbo grego utilizado por Paulo aponta não apenas para o cansaço físico, mas para o perigo do desânimo espiritual que pode levar ao abandono da fidelidade. O apóstolo nos chama a perseverar, lembrando que o serviço ao Reino não é uma corrida de velocidade, mas uma maratona de fé, sustentada pela graça e pela fidelidade dAquele que nos chamou.

Paulo também nos ensina que a colheita pertence ao kairos de Deus — um tempo soberanamente determinado por Ele, e não ao nosso cronograma humano. No campo missionário, muitas vezes semeamos entre lágrimas, lidamos com oposição, recursos limitados e resultados que parecem tardios. Contudo, à luz de 1 Coríntios 3:6-7, somos lembrados de que nossa responsabilidade é plantar e regar com fidelidade; o crescimento vem exclusivamente de Deus. Essa verdade nos liberta da ansiedade por resultados visíveis e nos chama a uma obediência constante e confiante.