“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.”
(Efésios 6:11-12)
Todos nós, cristãos que nos dispomos a viver não para nós mesmos, mas sim para aquele que morreu por nós (2 Co 5.15), entramos num âmbito de vida piedosa. Segundo 2 Tm 3.12, vamos ser afligidos, atribulados ou mesmo atacados pelo mundo e pelo Diabo.
A ignorância do tema de guerra espiritual, devido a certos exageros ou abordagem irresponsáveis de certas correntes denominacionais, é um extremo que pode nos impedir o sucesso no empenho de levar o Evangelho aos não alcançados, nos quais opera o príncipe da potestade do ar (Ef 2.2).
Então, devemos buscar o equilíbrio, mantendo sempre uma vida espiritual de acordo com o tipo de trabalho que fazemos. Um soldado não tem o mesmo preparo que tem um cidadão comum se falamos de prontidão para uma guerra.
A Grande Comissão é a tarefa suprema da igreja e, por isso, precisamos de uma investidura espiritual de acordo com a intensidade do encontro de poderes no qual estamos envolvidos nas regiões celestes, e a vitória só se alcança vestindo a Armadura através de vida de oração, jejum, e sobre todo com o conhecimento e práxis da Palavra de nosso Deus conforme declara Ef 6.10-18.
7 premissas básicas sobre guerra espiritual
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.”
(Efésios 6:13)
(Ilustração de um legionário romano dos tempos da igreja primitiva)
Quando Paulo escreveu sua carta à igreja em Éfeso, ao falar da “armadura” ele tinha em mente um “soldado legionário romano“. Nos versículos 11 e 13 de Efésios 6, o original grego traduzido por “armadura” é “panóplia”, que significa “armadura inteira e completa”, que incluía: escudo, espada, lança, cinturão, capacete, peitoral (couraça), grevas (protetor de canela) e sandálias especiais (as cáligas tinham antiderrapantes – pregos ou tachões de ferro – no solado).
- Deus é soberano e nada ocorre debaixo do sol sem a autorização dEle, sendo que Ele mesmo sujeitou todas as coisas a Jesus e tudo está sob o poder de sua palavra (Jó 1.12; Mt 28.18; 1 Co 15.27s; Fp 2.9-11; Hb 1.3, 2.5,8);
- O ser humano recebeu a autoridade para governar sobre algumas coisas, incluindo sua própria vida através do livre arbítrio, e, portanto, pode abrir ou fechar portas as forças do mal ao deixar de seguir princípios divinos. Deus não pode quebrar Suas próprias regras, mas o homem sim, arcando com as consequências (Gn 1.27s, 9.1-3; Ec 10.8; 12.13-14; Is 46.9-10; Jó 42.2);
- Na Bíblia, Satanás é nosso acusador oficial, e se damos lugar ao pecado na nossa vida sofreremos as consequências. Ainda sem pecar ele nos acusa, então devemos procurar uma vida irrepreensível para que ele não tenha motivos para nos acusar. Nossa vida, então deve ser projetada para agradar a Deus, testemunho ao mundo e vergonha do inimigo (Ap 12.10; Zc 3.1; Mt 4.1-11; Jó 1.6-13; Tt 2.8);
- Deus tem designado anjos para nosso serviço ou auxilio na luta contra o reino das trevas, principalmente se vivemos como soldados na ofensiva da avançar o Reino de Deus (Hb 1.14; Sl 91.11). Além dos anjos, o Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas, pois conforme a vontade de Deus intercede por nós (Rm 8.26-27);
- A luta principal do ser humano, com frequência, é contra sua própria carne, em segundo lugar com o mundo e em terceiro lugar com Satanás. Mas se um cristão está na linha de frente, como um missionário transcultural, é provável que se encontre diariamente exposto a confronto de poderes dos dois reinos (Tg 1.12-13; 1 Co 10.13; Ef 2.2);
- Satanás não pode tocar nem possuir um crente genuíno, mas pode oprimir, tentar, acusar ou peneirar com a autorização de Deus ou quando o crente abre brechas através do pecado (Rm 8.31; 1 Jo 5.18; Mt 16.23; 1 Cr 21.1; At 5.3);
- O uso da Palavra de Deus e a vida diária de acordo com ela são as principais armas desta luta, a oração devocional é um elemento tanto ofensivo como defensivo, sendo que a ignorância da Palavra pode abrir brechas, influência, tentação, e ainda opressão. A nossa condição de filhos não nos isenta das consequências da ignorância (Ef 6.10-18; Os 4.6).
Aquele que está assentado com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6) e andando neste mundo tem de tomar uma posição contra as ciladas – os métodos ou estratagemas – do diabo. Ainda que Deus tenha providenciado para nós essa “armadura”, cada cristão, individualmente, tem a responsabilidade de vesti-la.
Por isso, Paulo escreveu aos cristãos de Éfeso – e a nós hoje – determinando: “revesti-vos de toda a armadura de Deus” (Ef 6.11). Cada um de nós deve conscientemente se apropriar dessa “armadura” ou “poder” que o Senhor Jesus Cristo põe à nossa disposição para vencermos o Mal e o dia mau (Ef 6.12-13), e que o Senhor nos ajude nessa batalha!
Fiquem na Paz!
por Félix Cobos
Diretor da World Horizons Brasil