OS QUATRO PILARES DA OBSTINAÇÃO E REBELDIA
O Salmo 78 é um “masquil”, na literatura judaica, especificamente nos ensinos judaicos, significa que é um “SALMO DIDÁTICO”, que tem o objetivo de nos ENSINAR/INSTRUIR sobre algo, por isso, não aceitar suas instruções, já encerra em si, a culpa de rebeldia, que é o tema central do salmo. Mas, o Salmo 78 é também histórico, porque ele narra as grandes misericórdias que Deus derramou sobre Israel, dos grandes pecados com os quais eles O provocaram, e dos muitos sinais de desagrado que eles tiveram de enfrentar em razão dos seus pecados. Então, é importante que você o leia com atenção. Assim escreveu o Salmista Asafe:
“1Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha boca. 2Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. 3O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, 4não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez. 5Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, 6a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; 7para que pusessem em Deus a sua confiança e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; 8e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus.” (Salmo 78:1-8).
Perceba que nele, o SENHOR, usando o salmista Asafe, autor deste salmo, começa uma convocação ao seu povo: “ESCUTAI A MINHA LEI, POVO MEU”. Este salmo foi escrito para relembrar aos israelitas porque lhes sobrevieram tantos julgamentos divinos devastadores durante sua história. Israel precisava receber instruções de acordo com a Lei Mosaica que fazia de Israel um povo distinto (Dt 4:4-8). A Lei era o guia de Israel (Dt 6:4-6) e dava aos filhos de Israel longevidade e prosperidade (Dt 4:1,4-8; 5:33; 6:4-6).
Nesse sentido, em “a minha Lei” no original hebraico do texto temos a palavra “Torah” que significa preceito, estatuto, e passou a indicar “instrução”, tornando em seguida um título da “Lei Mosaica”, especificamente do Pentateuco. A mesma palavra é usada em sentido amplo para falar do conteúdo geral das Escrituras e Revelações de Israel. Dessa forma, o salmista diz nos versículos seguintes (vv. 2-7) que falaria somente sobre o conteúdo, os preceitos da Lei, que o tinham inspirado e, sob a autoridade de Deus e impulsionado pelo Espírito de Deus, ele os usa para sua advertência.
Dessa forma, o Salmo 78 admoesta o Povo de Israel a aprender com as falhas espirituais dos seus antepassados e a se esforçarem com zelo para não se tornarem incrédulos e infiéis como eles. E, por isso, o POVO DE DEUS de hoje, também deve meditar neste salmo com toda atenção, porque, muitas pessoas individualmente, por conseguinte, muitas igrejas e denominações, perderam a presença e o poder de Deus por causa da sua incredulidade e desobediência à Palavra de Deus.
ADEVERTÊNCIA PARA NÓS HOJE
“Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.”
(1 Coríntios 10:11)
De uma maneira bem sintetizada, o Apóstolo Paulo, em 1 Co 10:1-12, usa as mesmas histórias da infidelidade do Povo de Israel para advertir os primeiros cristãos a serem fiéis, nesse sentido, nós também somos advertidos da mesma forma “nesses tempos em que se aproxima o fim”. Lembrando que essa advertência de Paulo está na Palavra de Deus, no Novo Testamento, sob o Tempo da Graça de Cristo, para que não cometamos os mesmos enganos que o Povo de Israel que acreditavam que por “serem o povo escolhido” estariam livres do juízo (Dt 7:6-12; Am 3:1-3; Lc 12:47; 1 Co 10:11-12; 1 Pe 4:17-18; 2 Pe 3:14-18).
Então, o salmista também nos adverte que devemos não só observar a Lei do Senhor, como também ensinar aos nossos filhos os divinos princípios e preceitos da Palavra de Deus, não como uma opção, mas um mandamento que Ele entregou ao seu povo. Aquilo que Deus ordena, Ele dá graça para cumprirmos (Dt 4:1-9; 6:7; 11:19; Sl 78:4-7; Ef 6:4).
A cerne das instruções contidas no Salmo 78 está no versículo 8: “que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde”. A rebeldia e obstinação do Povo de Israel é o tema principal do salmo. A transmissão de tradições históricas, preceitos e princípios, de geração em geração, visa “deter a rebeldia”, ajudando as gerações mais jovens a não imitar o mau exemplo do Povo no deserto, ou outro mau exemplo qualquer que seus pais tivessem cometido. As boas palavras da Lei e a observação das obras admiráveis do SENHOR DEUS tem por finalidade vencer as más tendências dos homens e mantê-los obedientes a Aliança com seu Deus (Êx 19:5-6; Dt 29:1-29; Jr 31:31-33; Mt 26:27-29; Hb 8:6-13; 10:15-23; 13:20-21).
O salmista Asafe, está dizendo que tudo isso que ele escreveu são representações do Reino de Deus entre os homens, verdadeiros monumentos da antiguidade (Sl 78:2-6) os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais (profetas, pais da fé) nos têm contado. Trata-se de coisas sobre as quais não pairam dúvidas, as ouvimos e lemos na Palavra de Deus e não deve existir espaço para que a Verdade seja questionada.
DIFERENÇA ENTRE OBSTINAÇÃO E REBELDIA
“Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada entre os homens, e passou a arca da sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do adversário.”
(Salmo 78:60-61)
Neste Salmo 78, dos versículos 8-72, Asafe descreve a obstinação e rebeldia do povo de Israel que se rebelou contra Deus várias vezes e não permanecendo fiel a ELE (Sl 78:8), esqueceu-se das maravilhas que fez (Sl 78:11-12), pôs a prova a Deus ao lhe fazer demandas (Sl 78:18), foram hipócritas, mentindo e tentando adulá-lo (Sl 78:36), O abandoaram esquecendo que foi ELE quem fez grandes obra em seu benefício (Sl 78:42-56); por fim, DEUS os abandonou à própria sorte permitindo que seus inimigos prevalecessem contra eles (Sl 78:57-72; Pv 1:22-33).
No versículo 8 do salmo 78, o original traduzido como “obstinado”, significa rebelar, ser rebelde, ser recalcitrante, no sentido de persistir; ser firme, pertinaz, que não se deixa convencer; inflexível, irredutível. Enquanto “rebelde” significa ser controverso, ser teimoso, ou quem não se submete, não acata ordem ou disciplina; insubordinado que não se pode domar; domesticar, controlar.
Resumidamente, podemos dizer que o “rebelde” é aquele que não obedece, defende seu ponto de vista a despeito do que está explícito e é determinado, no caso, na Lei de Deus. Tem como característica a “desobediência”, não faz o que lhe é pedido ou que é seu dever, se opõem à autoridade. Já o “obstinado” é aquele que não se submetendo à vontade de Deus, persiste em conseguir seu objetivo de realizar sua vontade própria, segue seu caminho mesmo quando isso contraria a vontade de Deus; é caracterizado pela teimosia, a birra de alguém que não se deixa convencer facilmente.
Embora sejam parecidas as palavras, podemos diferenciá-las dizendo que a “rebeldia” (ato de quem é rebelde) diz respeito a quem “defende seu ponto de vista e não se submete” e o “obstinado” é aquele que “insiste em conseguir seus objetivos mesmo quando advertido dos riscos e perigo”.
Para complementar, a “rebelião” é um ato coletivo, ou seja, duas ou mais pessoas se juntam para serem “rebeldes” (se rebelarem) contra alguém ou alguma ordem/determinação (Nm 16:1-50). Enquanto a “rebeldia” é o ato isolado de alguém, um ato pessoal de quem não quer ou não se submete a alguém ou sua ordem/determinação (Dt 21:18-21; 1 Rs 13:21-24; Jo 3:36).
OBSTINAÇÃO - O EXEMPLO DE SAUL
“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.”
(1 Samuel 15:22)
Não entrando no mérito do porquê Deus ordenou Saul e seu exército destruir todo um povo. Só para esclarecer, os amalequitas eram um tipo de “povo guerrilheiro saqueadores” que viviam de atacar a outras nações para apoderar-se de suas riquezas e suas famílias para fazer escravos. Foram os primeiros a atacar os israelitas quando estes entraram na Terra Prometida (Canaã), e seguiram atacando os campos israelitas cada vez que tinham a oportunidade.
Além disso, as práticas corruptas e idólatras dos amalequitas ameaçavam a relação dos israelitas com seu DEUS. Então não poderia ficar nada de suas posses, incluindo seus ídolos (ouro, ferro, cobre). Deus sabia que os israelitas nunca poderiam viver pacificamente na Terra Prometida enquanto existissem os amalequitas, por isso, os “amalequitas” são um símbolo da “carne” (desejos pecaminosos que resistem à vontade de DEUS) em nossa vida como indica Êxodo 17:13-16.
Saul e seus homens não destruíram tudo como o ordenou Deus, contrariando as ordens diretas de DEUS como está em 1 Sm 15:3, mas também o que havia sido determinado anteriormente, na Lei do SENHOR, como está em Dt 7:1-5; 20:16-18. Quando encobrimos o pecado para proteger o que temos ou para nos beneficiar materialmente, não estamos sendo “prudentes”, mas sim “desobedecendo” a DEUS.
A “obediência seletiva” não é mais que outra classe de “desobediência”, ou, como estamos falando, é “obstinação e rebeldia”. O SENHOR nosso DEUS não está interessado em uma “religião de fachada”, a qual encobre egoísmo, orgulho e ambições! Veja nesse exemplo de Saul. DEUS não pediu ou esperava dele (ou do povo) apenas “uma cerimônia religiosa” (1 Sm 15:20-21), mas, esperava sim a obediência à Sua ordem (Palavra), ou seja, o cumprimento do juízo sobre os amalequitas.
DEUS havia dado uma ordem clara através do profeta Samuel, mas ele a ignorou. Saul e o povo não ignorou o profeta, mas sim ao DEUS ao qual o profeta servia. É preciso deixar claro que Saul cumpriu sua “obrigação religiosa” em separar o melhor do espólio para DEUS (Gn 14:20; 1 Sm 15:15), contudo, a “estrita obediência”, às suas ordens e Sua Palavra, é o que ELE deseja (1 Sm 15:16-23; Mt 7:21-23; Mc 3:35; Lc 6:46; Tg 2:20-26). Por isso a declaração do profeta:
“22Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. 23Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.” (1 Samuel 15:22-23).
Nesse ato de Saul podemos destacar quatro características que podem ser camufladas pela religiosidade, mas, que na verdade são os “pilares da obstinação e/ou rebeldia”, que são: desobediência, incredulidade, impaciência e o orgulho.
Saul foi DESOBEDIENTE a uma ordem direta de Deus (1 Sm 15:3,18), foi INCRÉDULO quando temeu ao povo mais do que a DEUS que o ungira rei sobre Israel (1 Sm 15:24), era IMPACIENTE não esperava e confiava na Palavra do Profeta (1 Sm 13:8-14; 15:10-11,24-29), também era ORGULHOSO porque tinha a necessidade de mostrar sua “autoridade” perante o povo (1Sm 13:8-19; 15:20-21,24).
REBELIÃO - O EXEMPLO DO POVO DE ISRAEL
“Disse o SENHOR a Moisés: Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio dele?”
(Números 14:11)
Como falamos logo acima, a “rebeldia” é ato de quem é rebelde, diz respeito a quem “defende seu ponto de vista e não se submete” e o “obstinado” é aquele que “insiste em conseguir seus objetivos mesmo quando advertido dos riscos e perigo”. Já a “rebelião” é um ato coletivo, ou seja, duas ou mais pessoas se juntam para serem “rebeldes” (se rebelarem) contra alguém ou alguma ordem/determinação. Por isso, Deus não estava exagerando quando disse que os israelitas tinham deixado de obedecê-lo por não crer e confiar nEle.
Para fundamentar essa afirmação do SENHOR, temos uma lista de dez ocasiões em que o Povo provocou a ira de Deus com sua obstinação e rebeldia:
– Falta de fé ao cruzar o Mar Vermelho (Êx 14:11-12);
– Ao queixar-se pela água amarga na Mara (Êx 15:24);
– Ao queixar-se no deserto de Sem sentindo falta das comidas do Egito (Êx 16:3);
– Ao recolher mais da cota diária de maná (Êx 16:20);
– Ao recolher maná no “dia de repouso” (Êx 16:27-29);
– Ao queixar-se pela falta de água no Refidim (Êx 17:2-3);
– Ao cometer idolatria com o bezerro de ouro (Êx 32:7-10);
– Ao queixar-se das dificuldades no deserto (Nm 11:1-2);
– Ao seguir-se queixando pela falta comida do Egito e a falta de carne (Nm 11:4);
– Ao não confiar em Deus e entrar na terra prometida e depois querer fazê-lo sem a aprovação de Deus (Nm 14:1-4,40-45).
Então, podemos afirmar que, na “rebelião” (ato coletivo de rebeldia) também vemos os quatro “pilares da rebeldia/obstinação”, que são: a desobediência, a incredulidade e a impaciência, e o orgulho. Esses pilares são claros na vida do Povo de Israel durante sua jornada no deserto. Era algo inerente a personalidade de “escravos” que aquele povo mantinha na mente e no coração, como consequência, quase foi consumido pela ira de Deus, só não foi por causa da intercessão de Moisés, mas foram condenados a morrer no deserto e não entraram na “Terra Prometida” (Nm 14:11-24).
Assim como Asafe advertiu seu Povo no Salmo 78:8, para “que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus” (Sl 78:8), o Apóstolo Paulo em 1 Co 10:11-12, faz uma advertência similar para a Igreja dos Tempos atuais e, citando a jornada do Povo de Deus no Deserto, o Apóstolo destaca essas mesmas características pilares da obstinação e rebeldia. Vejamos:
“1Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, 2tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. 3Todos eles comeram de um só manjar espiritual 4e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. 5Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto. 6Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 8E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil. 9Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. 10Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. 11Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. 12Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.” (1 Coríntios 10:11-12, compare com Dt 1:26-46; Dt 9:7-29; 31:27-28).
CAVALO OU MULA?
“Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.”
(Salmo 32:8-9)
Como ilustração dessas atitudes do Povo de Deus, numa contextualização comparativa, temos o Salmista, comparando a “REBELDIA” com a atitude de um cavalo indócil e a “OBSTINAÇÃO” coma a teimosia de uma mula empacada, como podemos ler no Salmo 32:8-9, onde DEUS, usando o salmista, diz:
“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.” (Salmo 32:8-9).
Neste texto, usando o salmista, Deus descreve a algumas pessoas como o cavalo ou como a mula que precisam ser controladas por freios e cabrestos, ao invés de permitir que ELE guie seus passos. Tais pessoas se tornam obstinados e rebeldes como os animais citados que precisam “ser domados” para obedecer ao seu senhor.
Nesse sentido, “freios e cabrestos” são ilustrações da disciplina e o castigo usados por DEUS para “dobrar a dura cerviz” de Seu Povo. O SENHOR DEUS deseja nos guiar com amor e sabedoria, em lugar de conduzir sob “freios e cabrestos” (disciplina/castigo), para tanto, nos oferece Sua Palavra e o Espírito Santo para nos guiar pelo melhor caminho em nossa vida.
Mas, para que isso aconteça, é preciso aceitar e se submeter aos ensinos e conselhos contidos na Palavra de Deus, buscar a sensibilidade para ouvir a voz do Espírito Santo e não permitir que a obstinação e rebeldia nos impeça de ser humilde e obediente ao SENHOR (Êx 33:3-5; Dt 31:26-30; At 7:35-39,51).
ANTÍDOTO CONTRA A OBSTINAÇÃO E REBELDIA
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.”
(Miquéias 6:8)
Deus nunca exigiu “sacrifícios” de Seu Povo, pelo contrário, deseja que Seu Povo tivesse uma vida de retidão e fosse submisso a Ele, como deixa claro o texto de Miquéias 6:8, e seus correlatos como, por exemplo: Is 57:15, 66:2; 1Pe 5:5-6; 2 Pe 1:3-8; Tg 4:6-10.
Mas, para muitos, especialmente hoje em dia, os Preceitos Eternos de Deus é um jugo pesado, especialmente quando o “negar a si mesmo” para fazer a vontade de Deus (Mt 16:24-27). Contudo é ao contrário, nEle, encontramos descanso e paz com Deus para nossas almas e força e ânimo para nos sujeitarmos a Sua Vontade. Para tanto, temos a exigência de tomar o Jugo de Cristo que não pode, de modo algum, ser comparado com as exigências que a Lei determinava e exigia as pessoas antes da vinda de Cristo. Por isso, esse imperativo decorre plenamente do indicativo do versículo anterior (Mt 11:28), e diz:
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11:29-30).
O Senhor Jesus “não exige nada” sem antes ter dado o exemplo. Veja que Jesus nos convida a “aprender dEle”, isto é, nos tornar seu seguidor. Ele é “manso” e “humilde” de coração. Ambas as qualidades precisam ser encontradas também na vida de seus discípulos, tanto a mansidão como também a humildade, por que elas são o antídoto contra a obstinação e rebeldia.
Sim, a mansidão nos impede de ser obstinado e nossa humildade nos impede de sermos rebeldes contra Deus, ambas nos faz obedecer e submeter a Ele. Veja o exemplo de Cristo, no conselho de Paulo aos irmãos da Igreja de Filipos:
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8).
A mansidão é a característica exterior da ação de quem é submisso, enquanto “ser humilde” se refere à disposição interior que está por trás de toda ação, é o que nos leva, como dito, a nos submeter à vontade de Deus. É preciso lembrar que dos “humildes” é o Reino e os “mansos” herdarão a Terra (Mt 5:3,5).
OUÇA A VOZ DO ESPÍRITO SANTO
“Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação. Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?”
(Hebreus 3:15-16)
Quero concluir com outra advertência escrita para Igreja do primeiro século que é pertinente para nós hoje, afinal, a Palavra de Deus é eterna, … Não é mesmo!? Leia com atenção:
“7Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, 9onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. 10Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos. 11Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. … 15Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação. 16Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés? 17E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? 18E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes? 19Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade.” (Hebreus 3:7-11,15-19).
Hoje Deus também não espera “meros ritos religiosos”, as chamadas boas obras e ofertas, mas espera nosso sim irrestrito para Jesus Cristo. ELE espera que, em Cristo Jesus, sejamos obedientes a Sua Palavra e Suas ordens pessoais (Mt 7:21-23; Mc 3:35; Lc 6:46).
Espero sinceramente que não seja necessário ELE usar de “freios e cabrestos” (Sl 32:8-9) em nós, individualmente, ou na Sua Igreja, a fim de nos levar à SUBMISSÃO e OBEDIÊNCIA de Sua vontade (Jr 44:9-12; Is 57:15; Tg 4:10; 1 Pe 5:6).
Por ELE, para ELE em Nome dELE! Amém!
por Anderson Fazzion
Membro da WH Brasil
Escrito com base nas seguintes fontes:
Comentário Bíblico Moody;
Comentários da Bíblia Diário Viver;
Comentário do Antigo e Novo Testamento – Matheus Henry;
O Antigo e Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo – Russell Norman Champlin.